Análise florística e estrutural de matas ciliares ocorrentes em brejo de altitude no município de Areia, Paraíba

Resumo

Propôe-se, através do presente trabalho, estudar a composição florística e a estrutura fitossociológica do estrato arbóreo de matas ciliares ocorrentes em brejo de altitude, na Reserva Ecológica Estadual Mata do Pau-Ferro, município de Areia, Paraíba. Estabeleceram-se 28 transectos perpendiculares aos principais cursos d’água e em cada transecto foram plotadas três parcelas, medindo 10 x 20 m, totalizando 16.800 m2. Todos os indivíduos arbóreos com diâmetro a pleito (DAP) maior ou igual a cinco cm foram etiquetados, medidos e identificados. O material botânico foi identificado nos Herbários Jaime Coelho de Moraes e Lauro Xavier, ambos pertencentes à Universidade Federal da Paraíba. A área estudada foi dividida em três faixas: Ambiente I = 0 a 20 m, partindo dos cursos d’água em direção às vertentes; Ambiente II = 20 a 40 m e Ambiente III = 40 a 60 m. Identificaram-se 2.659 indivíduos pertencentes a 35 famílias, 61 gêneros e 67 espécies. A maior riqueza foi constatada no Ambiente I e a área basal oscilou em torno de 20 m² ha^-1, para as três situações, o que é considerado um baixo valor para a formação em questão. As espécies que apresentaram os maiores VIs, foram: Allophylus laevigatus, Guapira opposita, Erythroxylum pauferrense e Acrocomia intumescens. Em relação às famílias, Sapindaceae alcançou o maior VI nos três Ambientes; Erythroxylaceae aumentou o VI sempre que se distanciou dos cursos d’água, enquanto Simaroubaceae diminuiu. Estas são famílias bem representadas em muitos trabalhos realizados em floresta atlântica e ecossistemas associados no Brasil, a exemplo dos brejos de altitude; esses resultados subsidiarão ações conservacionistas voltadas para a recomposição das matas ciliares, tão fortemente antropizadas no contexto macro regional.