Composição tecidual, química e de ácidos graxos presentes em pernas de caprinos alimentados com dieta rica em farelo grosso de trigo

Resumo

Utilizaram-se vinte e quatro cabritos mestiços, machos não-castrados, com peso vivo médio de 20kg, para avaliar a inclusão (0; 8,9; 19,8 e 31,7%) de farelo grosso de trigo (FGT) em substituição ao milho na dieta. As pernas foram dissecadas em músculo, gordura e osso. Os cinco principais músculos foram triturados e amostrados para determinar a composição química e o perfil de ácidos graxos (FA). Após extração e metilação dos lipídios, a identificação e quantificação dos ésteres de ácidos graxos foram obtidas em cromatógrafo gasoso. Houve efeito linear decrescente no peso da perna e da gordura subcutânea, relação músculo/osso, índice de musculosidade da perna e percentual de gordura subcutânea e linear crescente no percentual total de osso e efeito quadrático para pesos dos cinco músculos, total dos músculos e percentual de outros tecidos com níveis de inclusão do FGT e valores dos pontos de máxima de 11,14% (650,05) e 10,86% (1159,99) e ponto de mínima de 14,18% (11,25). A gordura intramuscular, os totais de gordura e osso, outros tecidos, comprimento do fêmur, relação músculo/gordura e os percentuais do total de músculo, gordura intermuscular e total de gordura, não foram influenciados pelo FGT. O FGT não afetou a composição química cujas médias foram 75,5; 19,0 e 1,1 g/100g para umidade, proteína e cinzas, respectivamente, nem o PAG, com valores de 31,71; 30,94; 11,67; 7,31 e 5,04% para os ácidos oléico, palmítico, esteárico, láurico e linoléico, respectivamente. Neste estudo se observou  que a adição de farelo grosso de trigo não alterou o perfil de ácidos graxos nem a composição química da carne caprina.